Nasci em um grande hospital, da grande São Paulo, em uma grande noite, de grande felicidade.
Papai, mamãe e hermana moravam na casa dos fundos da casa que eu lembro como minha primeira casa, a casa da frente, tinha um corredor enorme e meu quarto com a irmã era enorme, nossa casa tinha cara de: a gente tem os moveis que pode, e todos os motivos pra ser feliz.
Entre, ainda tenho cara de joelho e da pra parar de passar hipoglos na minha bunda? Nossas lembranças são mais o que nos contam, do que o que realmente lembramos.
Eu lembro de um pianinho, onde minha irmã e seus cachos tocavam o hino da alegria e era lindo, assim que ela terminava o espetaculo, eu tocava um hino muito mais alegre, não tão lindo.
Lembro de quilometros de papel higienico se movendo pela casa e como aquilo me fascinava e assustava, isso não pode ta certo, mas também não pode estar errado, é tão lindo!
Lembro o quanto eu adorava ver meu pai passar aquela coisa fofa na cara e sair do banheiro sem barba, e lembro que aprendi a não mexer nas coisas dele quando achei o gilete brilhante e convidativo, e passei nos meus minúsculos dedinhos.
Lembro que eu caia da cama, e ficava gigantemente magoada, por que a cama da minha irmã não empurrava ela toda noite, e se ela era maior, por que me deram a cama mais cruel?
Lembro que minha mãe me arrumava toda menininha (ounão) e a gente esperava meu avo pra que ela fizesse suas unhas e ele me cantasse - nessa casa tem goteira, pinga nimin, pinga nimin, pinga nimin..
Ah, mas era muito papel higiênico desperdiçado, minha filha. Eu bem lembro. Vc era pior que cachorro quando entrava no banheiro.
ResponderExcluirAgora vc nunca morou nos fundos. Quando vc nasceu, a gente já morava na frente.
E o episódio do coco na parece vc não conta, né?