domingo, 11 de dezembro de 2011

Fátima

O mundo devia tá parado, quieto e triste, o céu concorda comigo e resolveu desabar, minha lente entro no clima e só tirou fotos cinzas...
Todo mundo que perde alguém próximo, grande, importante, transfere a dor como única, a perda como um desastre, e chega a ser egoísta pensar que nenhum sofrimento mundano pode ser maior, essa sou eu hoje.
Passei alguns minutos no telefone com meus primos, e só o que um conseguiu dizer pro outro foi - não tem o que falar.
Vim aqui escrever com a intenção de fazer uma homenagem ao meu tio, mas nada parece grande o bastante, suficiente, ou significativo... penso que é assim que a tristeza se revela em mim, muda e agitada, cheia de lembranças e sentimentos, impossíveis de serem descritos.
Pra não parecer que sofri uma lobotomia emocional, o que posso dizer é que, quando penso nessa perda, quando penso no meu tio, quando penso em sua família, em nossa família, só consigo ver amor, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe, ou nem assim.