domingo, 11 de dezembro de 2011

Fátima

O mundo devia tá parado, quieto e triste, o céu concorda comigo e resolveu desabar, minha lente entro no clima e só tirou fotos cinzas...
Todo mundo que perde alguém próximo, grande, importante, transfere a dor como única, a perda como um desastre, e chega a ser egoísta pensar que nenhum sofrimento mundano pode ser maior, essa sou eu hoje.
Passei alguns minutos no telefone com meus primos, e só o que um conseguiu dizer pro outro foi - não tem o que falar.
Vim aqui escrever com a intenção de fazer uma homenagem ao meu tio, mas nada parece grande o bastante, suficiente, ou significativo... penso que é assim que a tristeza se revela em mim, muda e agitada, cheia de lembranças e sentimentos, impossíveis de serem descritos.
Pra não parecer que sofri uma lobotomia emocional, o que posso dizer é que, quando penso nessa perda, quando penso no meu tio, quando penso em sua família, em nossa família, só consigo ver amor, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe, ou nem assim.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Buona notte, caro mio

" Há alguns bons motivos para o italiano ser a língua mais bela e sedutora do mundo, e para eu não ser a única pessoa que pensa assim. Para entender o porquê, você primeiro precisa entender que a Europa era uma confusão de inúmeros dialetos derivados do latim que aos poucos, ao longo dos séculos, se transformaram em alguns idiomas distintos - francês, português, espanhol, italiano.
O que aconteceu na França, em Portugal e na Espanha foi uma evolução orgânica: o dialeto da cidade mais proeminente se tornou, aos poucos, a língua oficial da região toda. Portanto, o que hoje chamamos de francês é na verdade uma versão do parisiense medieval. O português é na verdade o lisboeta. O espanhol é essencialmente o madrilenho. Essas são vitórias capitalistas; a cidade mais forte acabou determinando o idioma do país inteiro.
Na Itália foi diferente. Uma diferença importante foi que, durante muito tempo, a Itália sequer foi um país. Ela só se unificou bem tarde (1861) e, até então, era uma península de cidades-Estado em guerra entre si, dominadas por orgulhosos príncipes locais ou por outras potências europeias... Toda essa divisão interna significa que a Itália nunca se unificou adequadamente, e o mesmo aconteceu com a língua italiana.
Assim, não é de se espantar que durante séculos, os italianos tenham escrito e falado dialetos locais incompreensiveis para quem era de outra região. Um cientista florentino mal conseguia se comunicar com um poeta siciliano.
No século XVI, alguns intelectuais italianos se juntaram e decidiram que isso era um absurdo. A península italiana precisava de um idioma italiano, pelo menos na forma escrita, que fosse comum a todos. Então esse grupo de intelectuais fez uma coisa inédita na história da Europa; escolheu a dedo o mais bonito dos dialetos locais.
Para encontrar o dialeto mais bonito, eles precisaram recuar duzentos anos, até a Florença do século XIV. O que esse grupo decidiu que a partir dali seria considerada a língua italiana correta foi a linguagem pessoal do grande poeta florentino Dante Alighieri. Ao publicar sua Divina Comédia, em 1321, descrevendo em detalhes uma jornada visionária pelo Inferno, Purgatório e Paraíso, chocando o mundo ao não escreve-lo em latim. Considerava o latim um idioma corrupto, elitista e achava que o seu uso na prosa respeitável havia " prostituído a literatura", transformando a narrativa em algo que só podia ser comprado com dinheiro, por meio de privilégios de uma educação aristocrática.
Em vez disso Dante foi buscar nas ruas o verdadeiro idioma florentino falado pelos moradores da cidade ( o que incluía ilustres contemporâneos, como Boccaccio e Petrarca) e usou esse idioma para contar sua história.
Ele escreveu sua obra-prima no que chamava de dolce stil nuovo do vernáculo, e moldou esse vernáculo ao mesmo tempo que escrevia, atribuindo-lhe uma personalidade tão pessoal quanto Shakespeare um dia faria com o inglês elizabetano.
O fato de um grupo de intelectuais nacionalistas se reunir muito mais tarde e decidir que o italiano de Dante seria a partir dali, a língua oficial da Itália seria mais ou menos como se um grupo de acadêmicos de Oxford houvesse se reunido um dia no século XIX e decidido que - daquele ponto em diante - todo mundo na Inglaterra iria falar o puro idioma de Shakespeare.
Nenhum outro idioma Europeu tem uma linguagem tão artística, e talvez, nenhum outro idioma jamais tenha sido tão perfeitamente ordenado para expressar os sentimentos humanos quanto este italiano florentino do século XIV."

E é por isso que me apaixonei e não consigo parar de estudar.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Adriana Calcanhoto

To com saudade de você debaixo do meu papo torto, de te arrancar risadas, fazer miojo. To com saudades de você nas saladas de tardes quentes, milk shake frio, cigarro ardente.


Truco no banheiro, guardo na bolsa aquele isqueiro, eu sinto a falta de você, me sinto só. E ai, será que vai ter vodka? Tudo a minha volta, é crise. E ai, o calor pode acontecer de novo pra você, arrisque.


To com saudade de você, dos nossos banhos de lua, o calor na minha bunda, aquela medusa! To com saudade de você criticando o meu libido, as juras de licor, ou de um cochilo.


Conhas.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Tia Meire

Hoje é aniversário de 9 (no-ve) anos da Mariah, só eu fiquei assustada? Ela não nasceu ontem?

Foi uma reação em cadeia, comecei a pensar na Mariah, pensei na Sarah, falei com a Bá e quis saber da Liz, ai lembrei do motivo disso tudo, minha tia.
Tia Meire acho que sempre foi a mais amigona de todos nós, e eu sempre achei que era também a menos centrada das tias, a começar pela tentativa de fuga com coquinhos nos cabelos, as mil historias de rebelde sem causa nos anos de colégio, o fato de ter casado com um homem de bigode, e os quadros de baleias?
Lembro como se fosse ontem, por que pra mim foi mesmo, quando fui morar em São Paulo aos 12 anos, eu na rua 17 e ela na 16, sorvete do gordo, e ela me confiava cuidar das meninas, me buscava na escola todo dia e a gente cantava (berrava) Nirvana pelo caminho todo, quase cometemos suicídio juntas quando a Sarah destruiu o Black and White dos Beatles, e era maior alegria fingir que eu tava ajudando ela a levar as meninas no cinema da lapa.



Meu tio ainda tem bigode, as gêmeas estão com viagem marcada pra Disney, Sarinha tá modelão, Mariah me deu os melhores presentes de amigo secreto no ultimo natal. No fim não é que ela não seja centrada, ela é só cheia de alegria.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

me-da



Né, quem é que não tem seus medos nessa vida, ultimamente eu andava com pavor de baleias, sim, tinha constantemente o sonho onde eu estava flutuando na imensidão azul com uma baleia gigantesca falando baleieis do meu lado, acordava boladona, mas ai Freud explico (umsitequalquer) que isso significa que terei uma ajuda inesperada, me acalmei e não to esperando, porque né, inesperada.

Agora meu medo é muito mais real, esse Uruguai.. Claro, além de ter o constante medo de me dar mal na facul, por que agora eu sou pdf (hermana), rola o medo de relacionamentos carnais, sexo! Medo piadamente falando, ataques de riso nervosos..

Calma gente, to longe de sai piranhando, e um dos motivos dessa lonjura é que eu não me imagino fazendo sexo em espanhol, impossível não levar pra piada uma gemina latina né?


- oye papi, oye cariño

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Before Sunset


I’m happy you’re saying that, because, I mean, I always feel like a freak because I’m never able to move on like this. People just have an affair or even entire relationships, they break up and they forget. They move on like they would have change brand of cereals. I feel I was never able to forget anyone I’ve been with, because each person had their own specific qualities, you can never replace anyone, what is lost is lost. Each relationship when it ends really damages me, I never fully recover. That’s why I’m very careful with getting involved because it hurts too much, even getting laid, I actually don’t do that because I will miss of the person the most mundane things. Like I’m obsessed with little things, maybe I’m crazy, little things. With people I see in them little details, so specific to each of them that move me and that I miss and I’ll always miss. You can never replace anyone because everyone is made of such beautiful, specific details. Like I remember the way your beard has a bit of red in it, and how the sun was making it glow that morning right before you left. I remembered that, and I missed it.


Vem logo depois do Before Sunrise.

domingo, 3 de abril de 2011

Ela fez a cobra subi, a cobra subi, a cobra subi

Em letras miudas pra ficar discreto: claro que eu me caguei tudo.

sábado, 2 de abril de 2011

Wasting Light


Simples, quem não gosta é por que não conhece, eu esperta que sou viciei neles a long time ago, e uh! Tem CD novo! Acho importante não ser egoista e dividir os prazeres da vida, meus chocolates são só meus, mas Foo Fighters tá aHazando pra quem quiser ouvir, eles são 'tipassim completos!

Super recomendei ein, não sejam burros de me ignorar, falei.

quinta-feira, 31 de março de 2011

mimimi

Quando eu decidi morar sozinha não assinei nada no contrato que dizia que eu ficaria doente, ou lavaria privada, ficar doente é pior claro, e eu to doente, e eu to gostando nada..

Ficar doente com mamãe é ver ela fazendo cara de -ah meu nenen lindico- me encher de aspirina, por que pra mamãe aspirina cura até varizes, e me encher de docinhos, bolinhos, chocolatezinhos, pros remédios não agredirem meu estomagozinho.. aii aii..

Ficar doente sem mamãe é fazer seu próprio lanchinho, tomar doses exageradas de remédinho, ficar chapadinha e sem mimosinho.. snif..

A verdade é que hoje quando eu acordei, ouvi uma campainha no fim do tunel, e era meu telefone, mas nem deu tempo de avisar mamãe das minhas condições por que ela tava bem preocupada com chinelos floridos, sim, chinelos floridos. Voltei pra cama e por um minuto pensei que tava alucinando quando percebi que meu lustre tem abacaxis desenhados, sim, o lustre do meu quarto, em cima da minha cama, tem abacaxis, e infelizmente eu não tava alucinando.


terça-feira, 22 de março de 2011

The Beatles

Meu amor pelos Beatles parece que never pode ficar maior, mas a verdade é que sempre que percebi que algum homem não prestava pra mim meu amor por eles ficou sim maior, será isso sinal divino? Chega então de barbados branquelos com falta de cabelo, o proximo vai ter que ser mais ou menos assim:


ou seja, narigudo!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Férias no Brasil

Não sei quanto a vocês, mas quando meus pais me falaram pra pensar mais no futuro a primeira coisa que eu fiz foi planejar minhas férias antecipadas, sabe como é, até natal que vem aqui nos Uru férias é lenda, então antes mesmo de começar o perrengue eu peguei umas 20 horas de ônibus e fui passar uns dias com meus amigos.

Foi um pouco mais de duas semanas, foi um pouco mais caro do que eu esperava e um pouco mais difícil de dizer goodbye.

Nesse meio tempo teve muito álcool, muitas risadas, teve choro também, muita festa, com ou sem glamour, eu conheci a putaquepario, teve cinema, arroz e feijão, teve o carnaval, e meu relacionamento de verão fora do monitor.

Como de costume, tudo acabou em pizza, mas dessa vez o Lipe estava junto (uhul). Foi maravilhoso e horroroso ver que agora acabou São Ludgero, já te difamei antes mas não tem como negar que vou sentir falta de tudo (ouquase) o que passei ai.

Agora é me acabar no español, perder os 3 kls ganhos e deixar meu verdadeiro futuro começar. Me-da.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O que eu vou postar hoje? Sempre que lembro do blog penso nisso, a verdade é que não quero muito postar sobre meu sentimentalismo e sempre acabo falando dele, hoje não!

Vou falar de alcoolismo, alheio, meu fígado nem sabe o que é isso! (meu fígado já não sabe de mais nada) Alcoolismo feminino, a moda do século, Alicia e Eleonora (maybe latter) deixaram claro que isso não é tão last season como eu pensava.

Descobri que as mulheres bebiam com minha irmã, ou foi com minha madrinha? Tá nada de comparações eu sei, tudo tem seu limite, foi mal hermana!

Aos 13 anos fui morar em São Paulo, e deixei minha irmã sozinha em Curitiba pra gozar de sua solteirice recém adquirida, foi quando eu percebi que mulher que bebe não é tudo feia e depravada como dizia minhas avós (minha irmã = diva)

Aos 15 fui morar em Santa Catarina e descobri que lá você nem tinha que ser tão mulher assim pra entrar em contato com as maravilhas em ter sua garganta agredida por bebidas com nome exóticos ou não tão exóticos (miajuda)

Aos 18 eu descobri que eu não tinha controle sobre minha bebida (cadê meu leeeite?)

Aos 19 as descobertas foram muitas, tequila me faz dançar encima de mesas, cerveja me faz ficar com voz de homem no dia seguinte, piña colada me iludi e me embriaga discretamente, alexander só com muita canela, vodka foi feita pra brincadeiras indiscretas, os whiskys do meu pai são mara, vinho é pra quando penso em amores, porre de champanhe te tira toda a dignidade que a bebida te proporciona, e sinto muito, eu não gosto de sexy in the beach!

Aos 21 eu descobri que mais vale rir da cara de bêbado dos outros do que deixar que rissem de você pendurada em coqueiros e falando coisas como, que macaaaaco liiiindooo, comecei a beber menos, das noites que eu lembro..

É impressão minha ou o post fico muito AA?

Conhaque diz: To disfarçando bem? hic

Tudo isso saiu da saudade em tomar Ice com as meninas, ver a Jé rir até jorrar liquidos na pia, a Rai ficar mais nostalgica do que o normal, a Cá colocar pijama e pegar a vassoura, a Ari dormir, a Nay emburrar..

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

New life

Faz mais de mês que ela começou, a viagem de fim de ano pra passar o natal da família foi uma viagem sem volta, pro inferno (desculpa aê São Ludgero), não que eu goste de cuspir no prato, de verdade não gosto, morar lá foi ótimo pra minha adolescência de suburbana, sair na rua e ir na galeria do Rock, pegar mini baladinhas com papis dormindo em carros na porta, tudo isso mudou quando os Catarina me apresentaram o álcool – Super obrigada!

Adolescência mais liberal que aquela catarinada daquele mundinho to pra ver! Adoray! Adorei até parar de ser adolescente (Ontem? Ui)! Não que a vida adulta seja ruim, mas veja bem, o que muda é entrar pra faculdade, a porra loquice pode facilmente continuar! E não que eu não gostasse, to longe de não ser porra loca, mas pasmem, cansa! Pior é quando você alem de se acostumar com o ritmo vidaloka, se acostuma com o ritmo “tátodomundofalandodemim” e foi ai que o inferno começou, me peguei encucando na versão alheia de Tífani (sempre muito bem elaborada, pelo menos não dava tédio), e me torturei, agora estou free (Willy), e isso é o melhor da minha new life (Depois do Mac Donalds na esquina da facul)

Sério então, a nova vida não começou quando decidi me mudar, a nova vida começou quando eu decidi mudar. To voltando pra São Ludgero amanhã zatamente como minhas amigas me conheceram (calma gente, não to falando do all star preto cano alto rasgado), vocês vão entender, ou não.


To chegando


domingo, 30 de janeiro de 2011

Retrospectiva 2010

Se a Globo pode fazer uma a cada ano, eu também posso.

Então, quando olho pra 2010, quando eu paro pra pensar, o que mais vem em evidencia são as minhas amizades, foi de verdade um ano de dar valor a laços, retomar o entusiasmo de grandes e velhas amizades, ver a beleza nas amizades mais sinceras e simples, abrir-se ao novo, nomes? Eu ia dizer que podia citar milhares mas repensando, eu mentiria, é no pouco que eu tenho muito e tal. Muitos deles já passaram por aqui na verdade, Jéssica, Raiane, Roberto, Daniela... Posso dizer que a melhor ou, as melhores coisas que me aconteceram esse ano foram as amizades, a descoberta do bom senso da euforia (Camila) e do melhor lado do egoísmo (Ellen).

O segundo bloco da minha retrospectiva, se engana quem esperou que eu falasse da minha mudança, tem tudo a ver com minha família, o casamento da minha prima, a morte do meu tio, nesse ano se é possível comecei a dar um valor ainda maior pra toda nossa união, receber um abraço de feliz natal dos meus tios, ficar olhando minhas priminhas falando de garotos e de troca de saliva, ver a Roberta encaixar uma musica que só nós sabemos o que significa em um momento tão especial pra ela, curtir a surpresa da Ju, se unir pra quase enfartar a vovó, mato e morro por momentos assim.

Enfim, a mudança, fiquei o ano inteiro em nirvana, me apegando a diversão, ignorando muitas coisas que jamais deveriam ser ignoradas, esperando que optassem por mim, tanta coisa pra deixar pra traz, tanta coisa que eu tinha que deixar pra traz, me apegar a crescimento, pensar mais em tudo o que eu sempre quis e esperei pra mim, sair de situações e atitudes que se eu for realmente sincera nunca concordei, nunca ia ter força pra fazer, mas tive que ter e tive.

E foi assim que encerrei 2010, fechei seis anos em um.